Enfim chegaram as Intel ARC! Empresa anuncia a ARC 3, ARC 5 e ARC 7 para notebooks

A A-series traz suporte a Ray Tracing e aceleração de IA com hardware dedicado

 

A Intel estreou sua arquitetura de gráficos dedicados para consumidores domésticos com o lançamento dos Intel ARC para notebooks. A empresa vai trazer três linhas, a ARC 3, ARC 5 e ARC 7, atendendo desde notebooks finos e leves até máquinas com foco em performance. A linha Intel ARC chega com suporte a tecnologias como aceleração de Ray Tracing, Inteligência Artificial acelerada por hardware através do Intel XeSS e suporte a codificação e decodificação do AV1.

 

 

A Intel separou seu line-up em três famílias: o ARC 3, para dispositivos leves com performance para jogos, ARC 5 para produtos com foco em desempenho e o ARC 7 para dispositivos entusiastas, com o chip gráfico sendo levado ao limite de sua implementação. A linha ARC 3 é a primeira a chegar, já disponível na pré-compra em alguns modelos, enquanto as linhas ARC 5 e 7 chegam em meados de junho.

 

 

Olhando as SKUs, temos um total de cinco modelos anunciados, incialmente. Na linha de entrada, foi apresentado o chip A350M e A370M, com consumo entre 25 a 50W, mostrando o potencial de implementação em dispositivos ultrafinos. A memória utilizada é 4GB de GDDR6 em uma interface de memória de 64-bit, com um total de 6 e 8 núcleos Xe e também 6 e 8 unidades de Ray Tracing, respectivamente. 

No segmento intermediário fica a A550M, um chip com 16 núcleos Xe e 16 unidades de Ray Tracing, com 8GB de memória GDDR6 e uma interface de 128-bit. Esse produto traz um consumo de 60 a 80W, o que indica ser um modelo intermediário que pode ser equipado em modelos ainda bastante finos e leves.

E por fim a linha ARC 7 faz a implementação máxima do chip mais potente Intel ARC para notebooks, com os 32 núcleos Xe e 32 unidades aceleradoras de Ray Tracing, até 16GB GDDR6 em uma interface de 256-bit e um consumo de 150W, algo disponível apenas em modelos entusiastas, então devemos ver esse chip em notebooks mais parrudos e focados em performance.

A empresa divulgou alguns resultados de performance, porém sem comparar com rivais GeForce e Radeon (na sessão de perguntas e respostas nos disseram que deixariam isso para as os próprios reviewers), comparando diretamente apenas com o nível de performance disponível em seu melhor gráfico integrado em CPU atual. 

 

 

No comparativo fica evidente o salto de performance comparado a um sistema Intel Xe integrado, entregando mais de 60 quadros por segundo em múltiplos games com configurações entre o médio e o alto em 1080p. Se por um lado temos em geral uma escolha de títulos um pouco mais leves, em contrapartida estamos falando da implementação ARC 3, restrito a 50W, o que já mostra um resultado interessante.

 

 

Os Intel ARC dedicados já tem um modelo estreante. O Galaxy Book2 Pro é um modelo já presente no mercado e que agora ganhará uma opção com os gráficos da Intel, combinado com seus processadores da 12ª geração Intel Core e com o selo Intel Evo. Mais modelos devem aparecer nas próximas semanas equipados com o ARC 3, enquanto os modelos com ARC 5 e ARC 7 devem chegar ao mercado no início do inverno, o que corresponde a meados de junho.

 

Tecnologias Intel ARC

Junto com o anúncio dos chips que compõem o line-up inicial, a Intel também listou o conjunto de tecnologias embarcadas nos modelos ARC. Assim como a Nvidia em sua linha RTX, a Intel aposta em núcleos especializados para aceleração de Ray Tracing, bem como hardware acelerador de matrizes, o XMX, para trazer funcionalidades de aprendizado da máquina e Inteligência Artificial, por exemplo.

 

 

Graças a aceleração pelo XMX Engine, a Intel vai trazer um recurso de super sampling análogo ao Deep Learning Supersampling, o DLSS, da Nvidia. Usando as estruturas XMX a Intel implementou o XeSS, que opera de forma similar a tencologia da Nvidia realizando o aumento na resolução final da imagem do game usando machine learning para possibilitar a renderização de mais pixels, seja com o objetivo de melhorar a imagem final, ganhar performance ou mesmo um balanço de ambos. 

Em favor do XeSS temos que essa tecnologia é aberta, então não há impeditivos para que Nvidia otimize o XeSS em seus núcleos tensores da RTX, ou que a AMD busque alguma implementação em sua microarquitetura RDNA 2, apesar que isso parece menos provável já que as Radeon não possuem estruturas dedicadas a acelerar o processo de matrizes.

Como vimos com o lançamento das tecnologias RTX da Nvidia, o suporte das desenvolvedoras é muito relevante para a adoção de uma nova tecnologia em games, e a empresa já mostrou alguns títulos que já estão recebendo a implementação dessas tecnologias, com títulos relevantes como Death Stranding, Super People e Ghostwire Tokyo, por exemplo.

 

 

Outra tecnologia apresentada é relacionado a sincronização de quadros com a tela. A Intel traz suporte ao Adaptive Sync, padrão aberto da indústria em que a tela e o chip gráfico sincronizam a atualização da tela com a produção de um novo quadro pelo chip gráfico. Mas além dele a empresa também apresentou o Smooth Sync. Com ele o chip gráfico busca amenizar o efeito negativo do tearing tornado ele menos evidente, criando um efeito de transição onde ficaria o corte na tela, transacionando do frame anterior e o novo, criando um efeito menos incômodo ao jogador.

 

 

Outro recurso relevante apresentado pela empresa em seu line-up ARC é a sinergia entre processadores Intel Core e os gráficos Intel ARC, a tecnologia chamada Intel Deep Link. Ela possibilita distribuir funções de forma inteligente entre CPU e GPU, buscando maximizar performance e eficiência energética.

 

 

Ela funciona essencialmente de três maneiras. A primeira é o Dynamic Power Share, ou compartilhamento de energia dinâmico. Ele distribui a energia disponível para CPU e GPU dependendo do ciclo de trabalho, dedicando mais da energia para o processador quando o chip gráfico está em baixa carga, trazendo para um ponto de equilíbrio em cenários de carga em ambos e dedicando mais para o chip gráfico quando o Intel ARC é o componente sendo mais exigido. 

O segundo recurso é o Hyper Encode. Como há gráficos Intel Xe nos processadores Intel Core, o que essa tecnologia faz é combinar os motores de codificação presentes tanto no Intel ARC dedicado quanto o Intel Xe nos CPUs, distribuindo entre ambos a codificação de um vídeo e com isso alcançando performance adicional.

E por fim o Hyper Compute usa a aceleração de hardware para machine learning e distribui trabalhos computacionais entre os recursos do processador, do chip gráfico integrado e do chip gráfico dedicado de forma a entregar mais performance. Esses recursos estão presentes em todos os produtos com processadores Intel Core de 12ª geração combinados com gráficos dedicados Intel ARC, e podem entregar ganhos de até 60%, dependendo do cenário de uso.

 

 

Os chips gráficos Intel ARC trazem um suporte amplo a conectividade e codificação. O motor de displays suporta até 4 saídas, com suporte até 4k120fps e HDR habilitado, ou duas saídas 8k60fps e HDR habilitado, usando os padrões HDMI 2.0b e DisplayPorta 1.4a, sendo que a tecnologia 2.0 10G já é suportada por esse hardware.

Na codificação há amplo suporte a codecs como o VP9, AVC, HEVC e também o AV1, sendo que o hardware Intel ARC será capaz tanto de codificar quanto decodificar nesse último padrão. O suporte inclui a até 8K60fps em 12-bit HDR para decodificação e até 8k 10-bit HDR para codificação.

 

ARC Control

Com a Intel entrando mais a fundo no mercado gamer, a empresa trouxe um recurso que rivais como AMD e Nvidia também implementaram: uma central de controle focada no hardware ARC. O ARC Control une configurações, ajustes e funcionalidades dos chips gráficos da empresa em um único lugar.

Esse painel de configurações pode ser rapidamente acessado através do atalho Alt+I, com um overlay que traz funções rápidas disponíveis mesmo durante o gameplay. Entre as principais funcionalidades estão o download e instalação automatizada de novos drivers, o monitoramento completo dos componentes e ajustes, além de uma interface de criação de conteúdo.

 

 

Assim como o Radeon Software e o GeForce Experience, o ARC Control traz funções de gravação e streaming de conteúdo, com funcionalidades como conectar em plataformas de terceiros para o streaming, efeitos como desfoque e substituição de fundo, enquadramento automático e também criação automática de destaques. A Intel está treinando seu motor de machine learning para reconhecer os momentos de destaque nos gameplays, salvando automaticamente esses trechos para ser possível compartilhá-los, no futuro.

 


Carlos DeSousa

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